quinta-feira, 15 de março de 2012

Mastim Espanhol

                                                                                                         HISTORIA

O Mastim Espanhol, tal como grande parte dos demais Mastins, descende do Molosso, cão de guerra e de luta, utilizado pelos romanos há centenas de anos. Originário das regiões de La Mancha e Extremadura, este cão existe, segundo alguns especialistas, há mais de 4000 anos em Espanha.

Inicialmente, foi utilizado como cão de guarda, cabendo-lhe a tarefa de proteger o rebanho durante as migrações sazonais que se encetavam nas regiões montanhosas do sul de Espanha.
Adoptando uma postura calma e atenta, este cão tornou-se imprescindível a muitos pastores nómadas, que confiavam na sua coragem e devoção para o sucesso das longas jornadas de trabalho. Foi igualmente utilizado como cão de caça grossa, se bem que, ao contrário do Mastim Napolitano e do Dogue de Bordéus, este não seja considerado um cão de guerra, mas sim um ancestral cão de guarda. O maior desafio que se lhes impunha era a migração das ovelhas Merino que percorriam as cañadas (caminhos próprios para estas digressões) de Extremadura, Andalusia até Castilha. O percurso estendia-se por várias centenas de quilómetros e estava minado com ataques surpresas de pedradores, que escolhiam o período da noite para tentar a sua sorte. As ovelhas Merino eram protegidas pelo 'Honrado Concejo de la Mesta', uma poderosa associação que detinha o monopólio da sua criação e que, durante algum tempo foi proibida de as exportar.
 
Com a passagem dos séculos, a frequência destas migrações começou a diminuir até que a Guerra Civil de Espanha ditou o seu definitivo cancelamento. Esta raça destituída do propósito para a qual foi criada, e inserida num contexto histórico particularmente difícil para aquele país, enfrentou a quase total extinção. No entanto, os anos 70 revelaram-se auspiciosos para esta estirpe que foi recuperada e protegida pela então recém-criada Associación Española del Perro Mastín Español. Abre-se um novo capítulo na história desta raça que começa a participar em exposições, a ser objecto de selecção e análise por parte de especialistas, e a desempenhar novas funções como cão de guarda e de companhia, agora inscritas nos tempos modernos. A raça é reconhecida pela FCI (Federation Cynologique Internationale), mas é pouco vista fora da sua terra natal, onde a sua produção está largamente difundida.

Detentor de um património histórico assombroso, ele é hoje considerado o cão nacional de Espanha, onde a sua criação é muito significativa.






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