A origem do Dogue de Bordeaux é bastante controversa. Estudiosos da raça afirmam que os Dogues descendiam dos legendários Alanos, que seriam cães molossos que acompanhavam os alãos, povo de origem indo-européia e que habitavam a região do Cáucaso e que antes do século V enfrentaram os romanos em diversas guerras na região da Gália e Espanha. Apesar de terem desaparecido no século V, os Alãos teriam disseminado seus cães nesta região através de acasalamentos com os cães nativos, dando origem a diversas raças de molossos, como o Mastim Napolitano e o Mastiff Inglês. Outros estudiosos, acreditam que eles sejam descendentes de cruzamentos entre Mastiffes e Buldogues Ingleses.
Qualquer que seja sua origem, estes cães que eram inicialmente chamados de Dogues da Aquitânia, foram utilizados como cães de guarda, na caça de animais de grande porte, como ursos e javalis, e, também, como cães de rinha.
Os primeiros Dogues de Bordeaux foram apresentados ao público numa exposição canina apenas em 1863, em Paris e nos anos seguintes, a raça sofreu com a ausência de um padrão da raça, que fez com que surgissem, basicamente, 3 tipos de cães, criados em regiões diferentes da França, e com características de tamanho e, principalmente, pela aceitação ou não de cães com máscara preta. A questão da máscara preta, aliás, foi o principal ponto de discórdia entre os criadores franceses na consolidação de um padrão único para a raça, uma vez que os criadores afirmavam que a presença da máscara negra era um sinal da presença de sangue do Mastiff Inglês. Essa polêmica só foi solucionada em 1926, finalmente, com a aceitação da máscara negra. Este mesmo padrão, previa a existência de 2 tipos físicos: um maior, chamado ‘tipo dogue’, cujo peso mínimo era de 50kg para os machos e 45kg para as fêmeas, e um menor, chamado ‘Doguim’, cujo peso era de 40 a 50 Kg para os machos e 35 a 45kg para as fêmeas. Em 1970, o padrão foi reformulado e o tipo doguim foi excluído.Graças à sua valentia como cão de guarda e seu comportamento extremamente leal aos donos, aliados à sua aparência exótica, a raça expandiu-se pelo mundo e ganhou notoriedade com a participação de Dogues de Bordeaux em filmes, como ‘Uma Dupla Quase Perfeita’.
PERSONALIDADE
Apesar de sua função original de cão de guarda, os Dogues de Bordeaux não são cães aleatoriamente agressivos e também não costumam latir à toa. Bastante pacientes com crianças, são cães que precisam ser corretamente socializados, de preferência desde a mais tenra idade.
Possuem grande senso de território e, apesar de ser uma característica desejável num cão de guarda, torna sua convivência com outros cães bastante difícil, especialmente no caso dos machos. Segundo diversos criadores, seu instinto de proteção é suficiente para que desempenhe adequadamente suas funções, não sendo necessário um adestramento específico para a guarda.
Apesar de seu tamanho, são cães relativamente tranquilos não sendo necessário que pratiquem exercícios exaustivos ou mesmo que disponham de grandes espaços, mas é fundamental que disponham de atividade rotineira, evitando assim problemas de obesidade.
Com pessoas estranhas, são naturalmente reservados e só costumam ser mais entusiasmados na recepção de visitas após serem devidamente apresentados por seus donos.
O FILHOTE
Os filhotes devem receber o adestramento básico o mais cedo possível e, de preferência, devem ser educados pelos próprios donos, uma vez que na idade adulta chegarão facilmente a pesar mais de 50 kg e precisam ser cães controláveis. Não são cães indicados para proprietários iniciantes, uma vez que precisam reconhecer em seus donos os reais líderes da matilha familiar.
Os filhotes crescem muito rápido e por isso mesmo devem receber atenção especial quanto à alimentação e também quanto ao tipo de piso, que deve ser, preferencialmente áspero, garantindo assim que ossos e articulações não sejam expostos a torções e mal-formações.
É importante que na fase de crescimento os filhotes tenham uma atividade física regular e que propicie o seu bom desenvolvimento físico e muscular.
PROBLEMAS COMUNS A RAÇA
Assim como a maioria das raças de crescimento rápido, os problemas ósseos são os mais comuns. A raça é especialmente sensível a:
- displasia coxo-femural – má formação no encaixa da cabeça do fêmur com a bacia
- Dermatites e problemas de pele
- Problemas cardíacos – normalmente de origem genética, e atribuído ao fato de que a raça quase desapareceu e que muitos cruzamentos entre parentes muito próximos foram realizados na tentativa de salvá-la.
- Torção gástrica
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