A raça Dobermann é uma raça relativamente recente e, ao contrário da grande maioria das raças, sua origem é bem conhecida e pairam poucas dúvidas sobre o seu desenvolvimento.
O aparecimento do Dobermann é fruto de um trabalho cuidadoso de seleção desenvolvido por um cobrador de impostos, que acumulava ainda as funções de vigia noturno e zelador de abrigo de cães da cidade de Apolda, Alemanha, chamado Louis Dobermann.
Em suas funções, Louis Dobermann viajava muito e por isso precisa de um cão que pudesse garantir sua segurança durante as viagens e também no exercício de sua função de cobrador de impostos. O cão precisava ser não apenas valente e corajoso, mas também ágil e esperto, com um bom faro e excelente resistência. Para obter o cão ‘dos sonhos’, Dobermann iniciou os cruzamentos interraciais envolvendo, basicamente, as raças: Pastor Alemão, Pinscher Alemão, Rottweilers, Weimar Pointer; Greyhound Inglês e Mancherter Terrier. O trabalho de Louis Dobermann durou aproximadamente 10 anos e, com sua morta, foi continuado por Otto Goeller, que refinou os cruzamentos chegando a estabelecer o padrão da raça como conhecemos hoje em 1899 e deu o nome à raça de Dobermann Pinscher.
Infelizmente, a quantidade não foi traduzida em qualidade e em razão da irresponsabilidade de ‘fabricantes de filhotes’ e de maus proprietários, os dobermans começaram a apresentar graves desvios de comportamento, como agressividade excessiva e comportamento imprevisível. Seguiram-se então os acidentes envolvendo os cães da raça e, consequentemente, uma queda da popularidade e da procura por filhotes. Os problemas eram tantos, que criou-se um mito de que a ‘agressividade’ do dobermann era causada pelo ‘tamanho reduzido de seu crânio’, que ‘comprimia o cérebro e causava dores de cabeça’.
Para combater esses desvios, o Dobermann Verein, clube alemão da raça e responsável pelo padrão internacionalmente aceito, promoveu modificações no texto que trata do temperamento do cão, enfatizando suas qualidades como cão amigável e confiável, devotado à família. Segundo o padrão, é desejável que o cão tenha um limiar de excitação ‘médio’, com um bom relacionamento com o dono, o que garante um cão mais equilibrado.
PERSONALIDADE
O Dobermann é, de maneira geral, um cão muito ativo, enérgico e determinado, extremamente ligado à família a que pertence. Um cão de guarda versátil e bastante resistente, sendo mais leve e aerodinâmico que o Rottweiler, mas sem perder a eficiência no seu trabalho. Possui uma mordida poderosa e uma movimentação extremamente elegante e rápida. Foi muito utilizado pela polícia, pelos militares em guerra (os fuzileiros navais serviram-se deles para descobrir os franco-atiradores), na defesa de propriedades, indústrias, fazendas, residências.
É um cão que, para desenvolver-se adequadamente, precisa de espaço para exercícios e contato constante com as pessoas da casa.
Por seu grande vigor e agilidade, é muito comum ver dobermans participando de competições de agility, esporte que amplia e melhora ainda mais a sintonia entre cão e dono e, no caso do dobermann, promove a atividade física necessária.
Muito alerta e vigoroso, o dobermann precisa de um dono que saiba se impor e para que a convivência seja boa, é conveniente que o cão receba o adestramento de obediência desde cedo. Extremamente inteligente, o Dobermann aparece em 5º lugar na classificação do livro "A Inteligência dos Cães", do psicólogo Stanley Coren.
O FILHOTE
A escolha do filhote é um fator extremamente importante na decisão de ter um dobermann. O futuro dono deve, antes de mais nada, certificar-se da seriedade do criador e dos cuidados com a seleção das matrizes quanto ao temperamento.
O filhote deve ser robusto sem ser pesado e deve apresentar uma boa movimentação. Os membros precisam ser fortes mas sempre proporcionais ao corpo. Os olhos devem ser escuros e não podem apresentar coloração amarelada. O focinho deve apresentar boa pigmentação, sendo preto ou marrom dependendo da cor dominante da pelagem.
A boa escolha de um filhote requer ainda que se observe o temperamento dos filhotes, que devem ser alerta mas não devem demonstrar agressividade.
Outra medida fundamental para o filhote é a socialização, que garante ao filhote um bom desenvolvimento psíquico.
Um cuidado especialmente importante para o bom desenvolvimento do filhote é quanto à quantidade de exercícios e uma boa alimentação, que promova o desenvolvimento muscular característico da raça.
PROBLEMAS COMUNS A RAÇA
Os problemas de origem genética mais comuns ao dobermann são:
- Cardiomiopatias – alteração do funcionamento do coração, que pode provocar problemas de circulação;
- Síndrome de Wobbler – má formação das vértebras
- Hipotiroidismo – distúrbios da tiróide e mais comum em fêmeas.
- Doença de Von Willebrand – uma deficiência de coagulação sangüinea.
- Atrofia progressiva da retina – causa cegueira
Um cuidado importante deve ser dirigido à dentição dos cães, que deve ser completa (42 dentes).
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